Aquele dia no metrô, eu percebi seu olhar pra mim, e retribuí.Mas você estava acompanhado, e eu também! Por isso os olhares eram discretos...
E dentre inúmeras trocas de olhares e intensas piscadas, soltei meus braços e fui caminhando em direção á você.Senti seu coração congelar com o abrir da minha boca.. E suavemente perguntei-o as horas; você observando atentamente cada movimento da minha boca, disse logo que terminei a pergunta: “ Hora de te levar comigo! ” E antes que alguém pudesse questionar sua resposta, ao invés de bocas, abriu-se primeiro as portas do metrô, e na estação ‘Santa Efigênia’ a gente desceu.. Correndo de mãos dadas contigo, nada mais me importava, nada mesmo..
Sentamos em uma rua que não sei nem o nome, e rindo dessa situação toda me dei conta de que nem o SEU nome eu sabia.Voltei a rir.. Em meio a nossa apresentação mais ‘formal’, percebo uma música de fundo, a minha preferida do Planta e Raiz, e o toque do meu celular.Ah.. meu celular! Um número ‘não identificado’ estava a me ligar e, ao atender ouvi gritos desesperados que diziam mais ou menos assim: “O que foi aquilo no metrô? Que, é aquele cara com quem você saiu correndo? Cadê você?” Eu fiquei calada, apenas a ouvir.Entretanto, a última pergunta feita por ele, se ainda estávamos juntos, me arrancou risos.. Não me preocupei em responder nem em dar tchau.Desliguei o telefone e ao olhar pra você, me deparei com seu lindo sorriso e com o gosto do teu beijo!Beijo, doce beijo..
Paz, liberdade e felicidade, são sentimentos capazes de resumir aquele dia, aquele NOSSO dia.
Você de voz grossa, mas tão doce sussurrava elogios e belas rimas em meu ouvido.Parecia que já sabia da minha adoração por rimas e da minha enorme sensibilidade nas orelhas.Você prometeu nunca se esquecer daquele dia, nunca se esquecer de mim; e seus lindos olhos que refletiam no momento minha cara de boba, estavam fixos nos meus, sua boca rosada, quase colada na minha disse: “ Não deixarei o tempo te levar, amor...”